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Ciências Biofarmacêuticas, Biomed Biopharm Res., 2022; 19(2):379-496
doi: 10.19277/bbr.19.2.297versão pdf aqui [+]versão inglês html [EN]  

 

Ingestão oral de Peptídeos Bioativos de Colágeno na Melhoria da Pele e Cabelo: Estudos Clínicos por Medidas Instrumentais

Patricia M. B. G. Maia Campos*, Maísa Oliveira de Melo, Marina Mendes Fossa Shirata, Marcella Gabarra Leite

Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Av. do Café S/N – CEP: 14040-903, Monte Alegre, Ribeirão Preto, Brasil

autor para correspondência: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

Resumo

O efeito do uso de peptídeos de colágeno em vários aspectos da fisiologia da pele e do cabelo é conhecido, porém necessita de mais estudos. Dessa forma, o objetivo deste artigo foi avaliar as alterações clínicas na pele e cabelos após 90 dias de tratamento com suplementação oral de 5 g/dia de peptídeos de colágeno. Para isso, foram inscritas 60 participantes saudáveis do sexo feminino, com idades entre 45 e 60 anos, com o objetivo principal de avaliar o efeito da ingestão de uma suplementação à base de peptídeos de colágeno bioativos no microrrelevo cutâneo, redução de rugas, espessura e ecogenicidade da derme, bem como nas propriedades mecânicas do cabelo usando técnicas biofísicas e de imagem da pele. O presente estudo mostrou benefícios importantes em parâmetros relevantes da pele, densidade da derme e resistência do cabelo. Em conclusão, a suplementação oral com peptídeos de colágeno é importante não só para a melhora das condições da pele, mas também para o cuidado do cabelo, uma vez que aumenta significativamente a resistência mecânica do cabelo. Além disso, considerando que processo de envelhecimento afeta a resistência mecânica do cabelo devido ao afinamento da fibra capilar, o tratamento proposto foi eficaz para cabelos envelhecidos.

Palavras-chave: Peptídeos de colágeno, envelhecimento da pele, técnicas de imagem da pele, propriedades mecânicas do cabelo, estudo clínico

Recebido: 12/10/2022; Aceite: 07/11/2022

 

Introdução

Para ser considerado um indivíduo saudável, alguns diferentes parâmetros são analisados, como realização de exercícios físicos, hábitos de sono, presença de vícios e outros, mas um dos fatos mais conhecidos nesse assunto é que a saúde geral está intimamente associada aos hábitos nutricionais. Uma dieta balanceada, composta por todos os macro e micronutrientes necessários, é fundamental para a prevenção de inúmeras doenças. Isto é especialmente relevante para problemas de saúde associados ao envelhecimento, como, por exemplo, doenças cardiovasculares. Nesse contexto, a pele é o primeiro e mais aparente indicador que irá refletir a saúde de uma pessoa. Uma pele lisa, macia e com aparência jovem é vista como desejável, portanto, o tratamento dos sinais de envelhecimento da pele é uma preocupação importante para muitos e pode ser uma motivação relevante para uma seguir uma alimentação saudável. Muitos micronutrientes, como vitamina C, E, biotina e zinco, têm sido associados a benefícios diretos para a fisiologia da pele e também são utilizados como ingredientes para suplementação alimentar com o objetivo de reduzir os sinais de envelhecimento cutâneo (1,2).

Durante o processo de envelhecimento, a pele fica menos hidratada, perdendo sua elasticidade e firmeza, juntamente com um aumento da pigmentação, tamanho dos poros e outras alterações estruturais na derme e na epiderme. Além disso, a rede de colágeno presente na derme que dá força e firmeza à pele torna-se mais fina e fragmentada (3). Além disso, um aumento na expressão de metaloproteinase de matriz (MMP) é responsável pela degradação acelerada do colágeno (1,3) e com uma rede de fibras colágenas menos densa e mais fragmentada, os fibroblastos incorporados recebem menos estímulos mecânicos, um fator chave para sua atividade metabólica. Assim, a síntese de novos componentes da matriz extracelular a partir de fibroblastos diminui inerentemente com a idade. Ambos os processos impedem que a matriz degradada seja adequadamente substituída (4). Também é importante citar que as fibras elásticas da derme papilar perdem a integridade durante o envelhecimento e atingem menos a junção dermo-epidérmica. Essa perda geral de elasticidade, hidratação e resistência leva a características visuais, como flacidez e formação de rugas (1,3).

A hidrólise enzimática direcionada do colágeno produz uma combinação natural de peptídeos com um peso molecular médio definido que carregam bioatividade no suporte a diferentes processos biológicos que contribuem para um processo de envelhecimento saudável. O colágeno é a proteína mais abundante no organismo, presente na matriz extracelular de todos os tecidos conjuntivos. Assim, evidências em nível pré-clínico e clínico da eficácia de colágenos hidrolisados para a manutenção do sistema musculoesquelético, incluindo ossos, ligamentos, tendões e articulações estão aparecendo cada vez mais na literatura científica. Além disso, o colágeno tem uma composição única de aminoácidos com uma abundância especificamente alta de glicina, prolina e hidroxiprolina. Após a ingestão, o colágeno hidrolisado é digerido em aminoácidos livres, bem como em di- e tripeptídeos que são resistentes a hidrólise adicional por peptidases intracelulares ou séricas (5). Estes peptídeos são transportados através da barreira intestinal por um transportador designado, o PEPT-1 (6). Peptídeos contendo hidroxiprolina que derivam da ingestão de colágeno hidrolisado foram identificados no soro humano com um pico de absorção em uma hora após a ingestão (7). Um tópico ainda em discussão é se peptídeos com mais de dois ou três aminoácidos são capazes de atravessar a barreira intestinal. Estudos com peptídeos derivados de colágeno marcados radioativamente demonstraram que há o transporte e absorção eficientes em tecidos-alvo, como osso, cartilagem, músculo e pele (8). Surpreendentemente, na pele a substância pôde ser detectada por até 14 dias após a administração (9).

O colágeno hidrolisado pode ser extraído de diferentes fontes e tecidos. O colágeno bovino pode ser extraído do tendão de Aquiles bovino pelo uso de diferentes enzimas como alcalde, pepsina, tripsina e colagenase produzidas por Penicillium aurantiogriseum. É conhecido por ter atividade anti-hipertensiva, antioxidante e antimicrobiana. Quando obtido do pulmão bovino, possui atividade antioxidante e anti-inflamatória. Finalmente, o colágeno hidrolisado do ligamento nucal de bovinos pode ser usado como um precursor promissor dos peptídeos inibidores da enzima conversora de angiotensina I (ECA)(10).

O colágeno obtido pela pele suína é também produzido e apresenta propriedades antioxidantes, antienvelhecimento e de permeação cutânea.

Por outro lado, essas duas fontes têm algumas limitações devido a problemas de saúde como a gripe suína e a encefalopatia espongiforme bovina. Além disso, questões religiosas também devem ser consideradas. Desta forma, foram desenvolvidas fontes alternativas de fontes marinhas, especialmente de peixes e outros invertebrados como águas-vivas ou esponjas. Apresentam efeitos nutracêuticos devido às suas propriedades bioativas funcionais. Em alguns casos, atividade antioxidante e antimicrobiana também estão presentes (10).

Em estudos pré-clínicos, o efeito do colágeno hidrolisado em vários aspectos da fisiologia da pele tem sido investigado. Nestes estudos, foi notado que a suplementação oral com colágeno hidrolisado inibiu a perda e a fragmentação de colágeno pelo envelhecimento em ratos, em parte por induzir a expressão de colágeno tipo I e tipo III, além de inibir a expressão e atividade de MMP (1,3). Em suínos, a ingestão de colágeno hidrolisado resultou em um aumento da densidade e do diâmetro das fibrilas de colágeno (11). Efeitos semelhantes na estimulação da síntese de colágeno foram observados em fibroblastos cultivados de áreas isoladas do corpo expostas a radiação UV (12). Os danos à pele induzidos por raios UV foram também observados em camundongos pela inibição das vias inflamatórias (13). Além disso, a nível celular, o colágeno hidrolisado demonstrou promover o crescimento de fibroblastos da pele e induzir a migração dos mesmos (7).

Vários estudos clínicos usando diferentes modelos mostraram que os colágenos hidrolisados são eficazes para melhorar os parâmetros de envelhecimento da pele. Nesse contexto, a suplementação oral com colágeno hidrolisado tem sido relatada para melhorar a hidratação da pele (14-17), elasticidade (14,17,18) e densidade do colágeno dérmico (1,16). Além disso, um estudo randomizado e controlado mostrou que a suplementação de colágeno hidrolisado reduziu a fragmentação da rede de colágeno na derme, que é um denominador chave do envelhecimento, indicando também que a qualidade da rede de colágeno foi melhorada (17,19).

Estudos recentes do nosso grupo de pesquisa investigaram a eficácia de uma formulação contendo 10g de peptídeos de colágeno bovino, Vitaminas A, C, E e zinco em uma população brasileira (1). Neste, a suplementação diária por um período de 90 dias demonstrou a melhora da densidade do colágeno dérmico, elasticidade da pele e redução de rugas e poros.

Além disso, considerando que cerca de 65 a 95% da composição do cabelo é de proteínas, a suplementação oral com peptídeos Bioativos de Colágeno também pode ser utilizada para proporcionar benefícios à fibra capilar. Com o processo de envelhecimento há uma redução na qualidade das fibras de colágeno, o que é notado principalmente na aparência da pele, mas o processo de envelhecimento também apresenta efeito no cabelo, podendo ser observado uma redução no diâmetro do cabelo que pode promover, o enfraquecimento da fibra capilar (20,21). Isso se reflete principalmente na diminuição da força de quebra do cabelo com o processo de envelhecimento e diminuição do brilho do cabelo (21). Assim, o uso de peptídeos de colágeno pode ser usado como suporte para melhorar a qualidade da pele e seus anexos.

O uso de suplementos orais tem sido uma forte tendência na área cosmética para reparar a aparência e a estrutura da pele e do cabelo. Assim, vários estudos relataram que o uso de suplementação de colágeno pode melhorar as funções da pele e retardar o processo de envelhecimento (22). Também foi relatado que o uso de suplementação de colágeno pode ser uma influência positiva nas unhas (23). Ao mesmo tempo não há registro na literatura científica relatando os benefícios do uso do colágeno na fibra capilar, embora este produto já tenha sido utilizado para esta finalidade.

O atual corpo de pesquisa clínica tem sido predominantemente realizado em caucasianos (europeus) (16,18) e asiático (japonês) (14-17). No entanto, o envelhecimento da pele difere entre os tipos de pele e, além da etnia, impactos regionais como o clima podem ser fatores-chave para determinar como a pele envelhece (24). As alterações na fibra capilar também diferem de acordo com sua etnia e tipo de cabelo, sendo relatado que o cabelo crespo se apresenta mais frágil à quebra do que outros tipos de cabelo (21). Assim, a investigação clínica dos benefícios que a suplementação com peptídeos bioativos de colágeno na população brasileira, que apresenta grande diversidade em sua etnia, é uma grande contribuição para o campo científico.

Além disso, estudos anteriores trabalharam com colágeno de origem de peixe ou suíno, mas não de origem bovina. O couro bovino é uma das mais importantes fontes de matéria-prima para a produção de colágeno no Brasil devido ao enorme rebanho bovino no país, tornando este tipo de produto mais disponível para mulheres brasileiras e sul-americanas do que outras fontes. Desta forma, o presente estudo tem uma proposta inovadora, investigando a eficácia de peptídeos de colágeno bovino sem adição de outros componentes e com menor dose, 5 g/dia, nunca antes estudado para a versão bovina, focando principalmente nos resultados de densidade de colágeno dérmico dose-dependente, rugas, pele rugosidade e força do cabelo. Este último parâmetro nunca foi avaliado antes em um estudo com peptídeos de colágeno.

Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar as alterações clínicas na pele e cabelos após 90 dias de tratamento com suplementação oral de peptídeos bioativos de colágeno. Em resumo, este estudo tem uma proposta inovadora, pois mostra a eficácia clínica da suplementação oral de peptídeos de colágeno na melhora da pele e cabelos de forma não invasiva.

Material e Métodos

Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Clínica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto/SP (CEP/FCFRP nº439 - CAAE nº 65109317.2.0000.5403) foram inscritas 60 participantes saudáveis do sexo feminino, com idades entre 45 e 60 anos, (média de idade 53,4 ± 4,2 anos), nível 3 da escala de Glogau e fototipos de Fitzpatrick II-III. A maioria dos participantes do estudo tinha uma porcentagem pequena a média de cabelos brancos, mas usavam procedimentos de coloração. sendo os principais objetivos avaliar o efeito da ingestão de uma suplementação à base de colágeno no microrrelevo cutâneo, redução de rugas e espessura e ecogenicidade da derme, bem como nas propriedades mecânicas do cabelo.

Os produtos do estudo eram compostos de maltodextrina para o grupo placebo e peptídeos de colágeno bovino (Peptan® B, Rousselot , Amparo, Brasil) para o grupo de tratamento. O período de estudo foi de 90 dias, com 3 avaliações; uma feita antes do tratamento (T0) e os demais após 45 e 90 dias de uso dos produtos. As participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de aceitarem a participação no estudo, o que foi feito após uma reunião para elucidar e esclarecer possíveis dúvidas das participantes interessados. Além disso, todas as participantes receberam o mesmo protetor solar (FPS 60) para usar e evitar alterações causadas pelo uso de produtos diferentes. Todos os participantes também foram solicitados a parar de usar outros produtos cosméticos por 15 dias antes do início do estudo e durante todo o tratamento.

Após avaliar os critérios de inclusão e exclusão, aceitar participar do estudo e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido, as participantes foram divididas em dois grupos: grupo placebo, que ingeriu 5 g/dia de um alimento à base de maltodextrina e o grupo tratamento que ingeriu 5 g / dia da suplementação oral em estudo. Além disso, um molde padronizado pelo grupo de pesquisa para garantir que a mesma área fosse analisada após 90 dias de tratamento.

Amostras de cabelo dos participantes do estudo foram coletadas antes do início do tratamento (T0) e ao final (T90), para realização do teste de caracterização. As amostras foram coletadas o mais próximo possível da raiz, para avaliar a região de crescimento do cabelo, onde as alterações seriam mais evidentes. A amostra controle (sem nenhum tratamento, T90) foi mantida para avaliar o cabelo em comparação com aquele que recebeu o tratamento após 90 dias.

Técnicas biofísicas e de imagem da pele

Microrrelevo da pele

Esses parâmetros foram avaliados usando Visioscan® VC98 e software SELS 2000 da Courage & Khazaka Electronic Gmbh (Colônia, Alemanha). A área de medição foi de 6 × 8 mm2 e a imagem da pele foi feita por uma câmera CCD incorporada. O método SELS (Surface Evaluation of the Living Skin) é baseado em uma representação gráfica da pele viva sob iluminação especial, e o processamento eletrônico e avaliação desta imagem foi realizado de acordo com quatro parâmetros clínicos: a) Suavidade da pele (Sesm ) – calculado a partir da largura e profundidade média das rugas, b) Rugosidade da pele (Ser) - calculado pelos níveis de cinza acima do limiar em comparação com toda a imagem (reflete a 'aspereza' da pele.), c ) Rugas (Sew) – calculada a partir da proporção das rugas horizontais e verticais e d) Profundidade das rugas (Rt) (23). Todas as medidas foram feitas na região malar da face.

Medição da pele por fotografia de alta resolução

Para a avaliação da pele facial foi utilizado o sistema de imagem de fotografia digital Visioface® (Courage e Khazaka, Alemanha), composto por uma cabine acoplada a uma câmera digital de alta resolução (10 megapixels) e 200 LEDs brancos. Este aparelho está conectado a um software de pesquisa que permite a avaliação de poros e rugas visíveis (1). A análise das rugas foi feita por meio de um escore de 5 pontos tanto na região nasolabial quanto na periorbital.

Medição da ecogenicidade da derme

Para a avaliação da ecogenicidade da derme, foi utilizado equipamento de ultrassom de 20 MHz (Dermascan® C, Cortex Technology, Aalborg, Dinamarca). A onda ultrassônica (velocidade de 1.580 m/s) é parcialmente refletida pela estrutura da pele, dando origem a ecos de diferentes amplitudes. Para calcular a ecogenicidade, o número de pixels com baixa ecogenicidade é medido por meio do software de análise de imagens e relacionado ao número total de pixels (1). Todas as medidas foram feitas também na região malar da face.

Estudos de caracterização capilar

Teste de tração

O cabelo foi avaliado em termos de força de quebra e foi realizado utilizando o equipamento TA.XT Plus Texture Analyzer® (Stable Microsystems, Surrey UK). A análise foi feita à temperatura de 20-22°C, 50-60% de umidade relativa. Os diâmetros dos fios foram medidos com um dinamômetro e foram selecionadas 20 fibras de diâmetro semelhante com pelo menos 10 cm de comprimento. Os 20 fios foram submetidos individualmente ao ensaio de ruptura no Texturômetro a 55 mm de distância, carga de 10N e taxa constante de 300 mm/min (25).

Análise estatística

Two-way ANOVA e pós-teste de Bonferroni foram usados neste estudo. As diferenças estatísticas entre os grupos placebo e peptídeos de colágeno foram verificadas por testes T de Student pareados para medições basais e T90 para cada parâmetro avaliado (GraphPad Software Inc., La Jolla, CA, EUA). As diferenças foram aceitas como estatisticamente significativas em p < 0,05.

Resultados

Técnicas biofísicas e de imagem da pele

De acordo com a análise de microrrelevo, foi possível observar diferença nos parâmetros relacionados à descamação da pele (Sesc), rugosidade (Ser) e suavidade (Sesm) apenas no grupo de tratamento com peptídeos de colágeno após 90 dias de tratamento. O único parâmetro significativo foi o Sesc. No grupo placebo, não foi observada diferença significativa (Figuras 1 e 2). As Figuras 3 e 4 estão representando os participantes de cada grupo de estudo.

As imagens de alta resolução obtidas permitiram a análise pelo método de score, que apresentou redução significativa das rugas da pele nas regiões periorbital e nasolabial da face apenas no grupo que recebeu peptídeos de colágeno (Figuras 5 e 6).

A análise da ecogenicidade da derme mostrou diminuição da razão de ecogenicidade da derme (número de pixels ecogênicos baixos/número de pixels ecogênicos totais - LEP/TEP), em ambos os grupos, após 90 dias de tratamento. A Figura 7 mostra a porcentagem de diferença de ecogenicidade entre T90 e T0. De acordo com esses resultados, houve redução da razão de ecogenicidade, portanto, aumento da ecogenicidade da derme no grupo de peptídeos de colágeno.

Estudos de caracterização capilar

Teste de tração

Os resultados do teste de tração (Figura 8) mostraram que após o tratamento com peptídeos de colágeno, os valores de Break stress aumentaram significativamente. Ao mesmo tempo, os valores de Break stress dos cabelos das participantes do grupo controle não apresentaram alterações.

Discussão

O colágeno é uma das proteínas mais abundantes no corpo humano. Sabe-se que com o processo de envelhecimento, as fibras de c8olágeno começam a ser danificadas e, consequentemente, perdem sua força, causando alterações em diferentes estruturas humanas, como o aparecimento de rugas na pele.

Algumas dietas podem influenciar a pele e o cabelo. Por exemplo, a desnutrição, como a observada nos casos de anorexia nervosa, pode levar a alterações cutâneas como xerose, eflúvio capilar, alterações nas unhas, etc. (26). Por outro lado, a obesidade também pode prejudicar a fisiologia da pele. Pessoas obesas podem aumentar significativamente a perda de água transepidérmica, o que pode ser uma alteração da função de barreira da pele. Também pode afetar a produção de sebo, alterações na micro e macrocirculação e modificar o metabolismo do colágeno.

Outro ponto é que uma maior contagem de lesões de acne foi correlacionada em alguns estudos com o aumento na proporção de ácidos graxos saturados para monoinsaturados dos triglicerídeos da pele.

Um interessante estudo de Tanaka et al. recentemente avaliou o efeito de uma dieta vegetariana como terapia alternativa para o manejo da dermatite atópica. Outros estudos mostram que também pode ser benéfico para a psoríase (26).

Além disso, existe uma associação entre o açúcar e alguns métodos de processamento de alimentos (como grelhar, fritar, assar etc.) com o envelhecimento da pele, pois existem mecanismos relacionados aos produtos finais de glicação avançada da pele. Uma dieta rica em açúcar, irradiação ultravioleta e comer frituras grelhadas podem levar ao acúmulo de AGEs e aceleração do envelhecimento da pele (27).

Outros estudos mostram que o controle rigoroso do açúcar no sangue também pode ser significativo para a saúde da pele, pois quatro meses nessa dieta podem reduzir a produção de colágeno glicosilado em 25%, e alimentos com baixo teor de açúcar preparados por fervura também podem reduzir a produção de AGEs (27).

Existem muitos outros efeitos dos alimentos na pele, mas, em geral, uma dieta razoável, saudável e diversificada com alimentos ricos em antioxidantes é essencial para manter a saúde da pele (27).

A maioria dos estudos utilizando peptídeos de colágeno utiliza a dosagem de 10g. No entanto, a eficácia de uma dose menor do mesmo produto, sem quaisquer aditivos como vitaminas e minerais, ainda precisa ser reforçada (28). Uma dose menor com a mesma eficácia é prática para o consumidor, facilitando a ingestão e criando um hábito de consumo com custos menores. Além disso, com uma dose menor também é mais fácil introduzir a substância em sua dose total em outros produtos acabados, criando diferentes formas de uso.

Uma recente revisão sistemática e meta-análise utilizaram um total de 1.125 pacientes em diferentes estudos. Uma análise comparativa entre o grupo placebo e o grupo intervenção não mostrou diferença nas médias de elasticidade, rugas e perda transepidérmica de água. Houve uma diferença significativa na densidade da derme, espessura da derme e teor de água do estrato córneo (29).

Em nosso estudo, usando técnicas de imagem específicas, obtivemos a mesma melhora na densidade da derme, mas provavelmente devido aos diferentes métodos utilizados, também foi observada uma diferença na textura da pele e nas rugas.

Assim, o presente estudo foi desenvolvido para analisar os efeitos clínicos do consumo de 5 g de peptídeos de colágeno, sem adição de outros componentes, à pele e cabelo.

A análise do microrrelevo da pele mostrou melhora da textura da pele apenas no grupo de estudo de peptídeos de colágeno. Esse resultado também foi encontrado em estudos anteriores com maiores doses de colágeno ou em produtos adicionados de outras substâncias (1,30). Estudos semelhantes também observaram alterações no ressecamento da pele, que está diretamente relacionada ao parâmetro de descamação da pele e a ingestão do Colágeno Hidrolisado também é conhecida pela melhora da hidratação da pele, que está inversamente relacionada ao Sesc. Essa melhora pode ser explicada pelas alterações no turnover proteico na camada dérmica, aumentando a quantidade de colágeno e a rede fibrilar aprimorada, o que leva a uma melhor integridade da pele e consequentemente, melhora da textura da pele. Além disso, alterações no tecido dérmico, que é preenchido por fibroblastos, sofrem estimulação por peptídeos de colágeno, produzindo novo colágeno, elastina e ácido hialurônico (30). Isso mostra que uma dose menor de Colágeno sem a adição de outros componentes é eficaz na melhora dos parâmetros de microrrelevo da pele, sendo mais fácil para o consumidor a ingestão e para a indústria alimentícia que irá desenvolver produtos utilizando essa dose. Os outros parâmetros não foram significativos provavelmente devido às diferenças entre os participantes.

Imagens de alta resolução fornecem muitos parâmetros no estudo de ensaios clínicos. Foi possível observar uma melhora das rugas da pele (em diferentes regiões) com o tratamento com colágeno por meio da análise de escore. Além disso, de acordo com o mecanismo descrito acima, uma vez que também houve uma melhora no microrrelevo da pele, podemos enteder que a absorção eficiente do colágeno pode induzir um aumento da densidade e do diâmetro das fibras colágenas (3). O aumento da densidade da derme leva a uma melhor estruturação da pele, com melhora da junção dermo-epidérmica, e essas alterações podem ser vistas menos e mais superficiais como rugas e poros da pele (1,14).

Esse aumento da densidade da derme pode ser confirmado pelo parâmetro de ecogenicidade da derme, feito por ultrassonografia de alta frequência, onde foi notada melhora após 90 dias de tratamento com o produto em estudo, mostrando de forma quantitativa e qualitativa que esse aumento está presente. Assim, a melhora da ecogenicidade da derme mostra uma relação direta com os parâmetros anteriores neste estudo, uma vez que foram consequências de uma melhor densidade da derme. Uma derme mais densa atua reparando os danos presentes da pele de diferentes origens, retardando também o envelhecimento cronológico e o processo de fotoenvelhecimento. Além disso, o aumento da densidade da derme encontrado neste estudo com o consumo de 5 g de peptídeos de colágeno sem a adição de outros componentes por dia também estão de acordo com estudos anteriores do nosso grupo de pesquisa (1) e outros da atual literatura (16, 30).

O colágeno é composto de peptídeos de variados tamanhos que são degradados em di e tri peptídeos ativos biologicamente (30), os quais são compostos de aminoácidos essenciais, que por meio de ligações resultam em uma estrutura mais complexa, tal qual o colágeno, presente em diversos tecidos do corpo humano. Desta forma, considerando que a fibra capilar é composta majoritariamente da proteína queratina, (31), a qual é composta devido a complexação de 20 aminoácidos, dentre estes aminoácidos em comum com os responsáveis pela formação do colágeno, a suplementação oral de peptídeos do colágeno pode contribuir para o suporte adequado de aminoácidos para a formação da fibra capilar na região do bulbo. Após a quebra deste em estruturas mais simples, esses aminoácidos podem contribuir para o desenvolvimento celular da pele e seus apêndices tais quais os cabelos e unhas (20).

O cabelo é um apêndice da epiderme e pode ser dividido em duas partes, o folículo piloso e a haste capilar. A haste capilar se estende desde a raiz ou bulbo, que se localiza no folículo passando pela epiderme, estrato córneo e depois continuando com um vapor (31).

Embora o cabelo seja considerado uma estrutura morta, a região do bulbo localizada no folículo piloso humano, considerada um mini órgão complexo, permite que o cabelo receba nutrientes e proteínas que são ingeridos em nossa dieta. Assim, o uso de peptídeos de colágeno como suplemento alimentar ou em formulações cosméticas pode auxiliar na restituição de proteínas na fibra capilar, aumentando a sua resistência aos processos mecânicos.

Os resultados do nosso estudo mostram que o uso de peptídeos de colágeno como suplemento alimentar melhorou a resistência mecânica do cabelo, uma vez que promoveu um aumento do estresse de quebra da fibra capilar. Este parâmetro avalia a estrutura interna do cabelo, a força da região do córtex. Esse aumento sugere que o uso de peptídeos de colágeno por via oral, promoveu um tratamento da região interna (córtex) da fibra capilar, aumentando a resistência da fibra (32). Desta forma, a suplementação oral de colágeno é importante não só para a melhora das condições da pele, mas também para o cuidado do cabelo, uma vez que se notou um aumento significativo da resistência mecânica do cabelo avaliada por medidas objetivas. Além disso, considerando que o processo de envelhecimento afeta a resistência mecânica do cabelo devido ao afinamento da fibra capilar, o tratamento proposto foi também eficaz para cabelos envelhecidos.

Em resumo, o presente estudo mostrou benefícios importantes em parâmetros de imagem relevantes da pele, densidade da derme e força capilar, com uma dose menor de 5 g por dia de peptídeos de colágeno bovino sem a adição de outros componentes, estudado pela primeira vez em mulheres brasileiras.

Por fim, a suplementação oral com peptídeos de colágeno é importante não apenas para a melhora das condições da pele, mas também para o cuidado do cabelo, uma vez que aumenta significativamente a resistência mecânica do cabelo avaliada por medidas objetivas. Além disso, considerando que o processo de envelhecimento afeta a resistência mecânica do cabelo devido ao afinamento da fibra capilar, o tratamento proposto foi eficaz para cabelos envelhecidos.

Limitações Do Estudo

A limitação do estudo foi a dificuldade de controlar e monitorar a dieta dos participantes do estudo, principalmente em termos da ingestão de proteínas. Desde que o objetivo do estudo foi a suplementação oral, isto poderia ser influenciado pelos hábitos alimentares dos participantes. Além disso, não foi possível analisar quantitativamente a quantidade de cabelos brancos das participantes.

Contribuição Dos Autores

P.M.B.G Maia Campos: Conceituação, Obtenção de financiamento, Análise formal, Métodos, Administração do projeto, Supervisão da pesquisa, Validação, Visualização, Redação - revisão e edição. MO Melo: Análise formal, métodos, redação do projeto original, revisão e edição do texto. M.M.F. Shirata: Análise formal, métodos, redação do rascunho original. M.G.Leite: Análise formal, redação do rascunho original, métodos.

Agradecimentos

Agradecemos à FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Bolsa/Projeto Número: 2017/19278-0

Conflitos De Interesses

Desejamos confirmar que não há conflitos de interesse conhecidos associados a esta publicação e não houve apoio financeiro significativo para este trabalho que possa ter seus resultados influenciados.

 

Referências

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